sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Falando com Mário Bacchi

Coluna Trevo Verde

por: Anddy Cappo

trevoVerde
Ontem fui assistir a vitória do Verdão por 4X1 contra o Fluminense, no apartamento de um amigo que fica na rua Diana, reduto palmeirense, bem próximo do Estádio Allianz Parque, e o nome do edifício é bem sugestivo, “Rio Palmeiras” , este amigo se chama Mário Bacchi, 67 anos de idade, italiano de Turim, está no Brasil desde os 6 anos de idade.
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Mario é sócio do Palestra desde 1968, e diz com orgulho que foi um dos idealizadores em 1975 da extinta torcida “TIP” “Torcida Infantil Palmeirense”, que durou pouco mais de um ano, e era composta por sócios adolescentes do Palmeiras. Mário é colecionador de camisas do Verdão desde os tempos de Palestra Italia, além disto coleciona ingressos de jogos desde 1965, é tudo bem organizado e faz questão de mostrar suas coleções para todos que o visitam.
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A cor verde é predominante na vida de Mário, desde seu carro, óculos e seu coração como ele mesmo diz.
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Seu grande desgosto e não esconde de ninguém é que seu genro é são paulino.
Gosto de sua companhia e ouvir suas histórias, tem um bom entendimento de futebol, e ele é o maior “Corneteiro” que conheço!!!
Já virou um hábito quando vou a sua casa, assistir o Palmeiras quando joga fora, e depois sempre pede pizza para comermos e me oferece um excelente vinho montepulciano, e ficamos até altas horas comentando sobre o jogo que vimos e falamos sobre o futebol em geral e principalmente sobre as glórias, os jogos e jogadores inesquecíveis do Palmeiras.
Ontem estávamos tentando descrever o sentimento dos torcedores, no dia em que antecede um jogo, começam as discussões nas casas, passam pelas ruas, chegam às escolas e nos locais de trabalho, nos bares e em toda a cidade…
Porėm Mario suspira e começa a cornetar veementemente sobre a atual situação do alviverde, que o time estå muito irregular , óbvio que ele estava feliz por dentro pelos 4×1 , porém jamais demonstraria tal felicidade coisas de um bom Corneteiro.
Disse a ele que é natural a irregularidade, isto porque o Palmeiras não contratou dois ou três jogadores e sim um elenco completo, é preciso ter paciência, porque é um período de entrosamento,e de avaliações para saber realmente da qualidade técnica e tática de um jogador, e também houve a troca de técnico, e para formar um padrão de jogo é necessário de um determinado tempo,
por mais que queiramos ver o time vencer, este processo de reconstrução de um plano tático nenhum clube escapa, e como o calendário brasileiro é uma loucura, tem -­‐ se pouco tempo para treinar, pois com o ritmo do futebol de hoje em dia os clubes trabalham mais na recuperação dos jogadores do que outra coisa.
E que o Palmeiras está em um bom caminho, tem o melhor ataque do Campeonato Brasileiro está brigando para ficar entre os 4 primeiros, e mesmo fazendo um primeiro tempo sofrível contra o Fluminense, melhorou com as trocas, e teve personalidade e virou na casa do adversário e mesmo com a fase do tricolor carioca, ė difícil ganhar do Fluminense no Rio.
Escutou o que falei, mas não exitou em dizer rapidamente que o Palmeiras necessita de alguns reforços, e que estejam a altura das tradições do clube que detém mais títulos nacionais do futebol brasileiro.
E ainda disse “muito bem temos o melhor ataque até agora deste Brasileirão, o Gabriel Jesus tem tudo para estourar, mas está nem uma fase de afirmação, o argentino naturalizado paraguaio, Lucas Barrios autor dos três gols pode ser titular por sua experiência, mas gostaria de ver um grande centroavante vestindo a camisa do Verdão, onde tem?
Da maneira com que ele indagou-­‐me, comecei a pensar, naquele atacante que quando é anunciado o nome pelo altofalante do estádio e aparece a foto dele no placar, causa um “frisson” na torcida, comecei a imaginar aquele número 9 que tira o sono dos técnicos e defensores adversários, e que quando pega na bola, chega a dar um frio na barriga da torcida adversária.
Pensei mais um tempo; e cheguei a seguinte conclusão:
Não temos centroavante nem na Seleção Brasileira.
Foi aí que começamos a viajar para o passado, e recordamos dos grandes centroavantes, que vestiram a camisa do Palmeiras a partir da década de 60.
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Servilio de Jesus Filho.
Foi um atacante da primeira fase da Acadêmica, jogador altamente técnico, tinha enorme facilidade no cabeceio, na preparação da Copa de 1966 era o atacante titular que fazia dupla com Pelé, mas sofreu uma contusão antes do Mundial que o tirou da Copa da Inglaterra.
Fez 140 gols com a camisa Palmeirense.
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Luís Artime.
Veio do River Plate da Argentina para o Verdão, ficou apenas uma temporada, pois tanto o Palmeiras quanto o jogador receberam uma proposta irrecusável na época do Nacional do Uruguai.
Artime era um jogador rápido , tinha uma ótima tática individual sabendo se colocar dentro da área, era um especialista em fazer gols nos rebotes.
Dizia que um gol de bico valia o mesmo que um de placa.
Anotou 48 gols em 57 jogos pelo Palmeiras.
Jogou o mundial de 1966 pela Argentina e em 4 jogos
marcou 3 gols.
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César “Maluco”
Foi um grande ídolo palmeirense, veio do Flamengo em 1967, antes de vir para o Palmeiras, tinha receio de morar em São Paulo, e disse a seu pai, “Como vou jogar no Palmeiras com tanta gente boa de bola?”
Seu pai que torcia para o Fluminense , disse “saí do Flamengo e faz sua vida no Palmeiras.”
César era um jogador altamente eclético para fazer gols, jogava com amor a camisa foi um dos jogadores de coração mais verde que o Palmeiras teve, era polêmico e intempestivo.
César foi o precursor ao comemorar os gols com a torcida e subir no alambrado,e foi através de suas comemorações que surgiu seu apelido de “Maluco” batizado pelo grande narrador José Geraldo de Almeida.
Jogou 7 anos no Palmeiras e fez 180 gols sendo o segundo maior artilheiro da história do Verdão.
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Toninho Quintino.
Em 1975 num sábado chuvoso no Parque Antártica, jogavam Palmeiras X Figueirense, e um baixinho mostrou sua velocidade, coragem, e grande poder de finalização, e marcou os dois gols do time catarinense.
Em 1976 Toninho já vestia as cores verde, e fez uma grande dupla com Jorge Mendonça, vencendo o Campeonato Paulista.
Toninho foi o óleo da engrenagem daquele time.
Foi um ótimo centroavante e balançou as redes dos adversários 83 vezes pelo Verdão.
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Evair;
O Palmeiras foi buscá -­‐ lo na Itália, jogava no Atalanta.
Alguns segmentos da imprensa, diziam que o “Matador” tinha uma hérnia de disco, que era um jogador que nunca havia sido campeão, e o Palmeiras correria um grave risco de ser uma grande furada.
Em 1992 Evair foi afastado por Nelsinho Batista, e ficou 5 meses na geladeira.
Quando Nelsinho foi demitido, o novo treinador Otacílio Gonçalves o “Chapinha” o reintegrou.
Em 1993 fez o gol do memorável título Paulista contra o Corinthians, após um jejum de 16 anos.
Foi um vencedor no Palmeiras, ganhou vários títulos e em 1999 foi campeão da Libertadores marcando um gol, na vitória contra o Deportivo de Cali por 2×1.
Evair foi um jogador altamente, técnico, fazia o pivô com maestria, e é idolatrado pela nação alviverde.
Muito inteligente taticamente.
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Luizão,
Valente e raçudo, grande facilidade em finalizar e muito bom no cabeceio, marcava muito bem a saída de bola.
Participou do célebre ataque de 1996, que fez 102 gols em 30 jogos.
E foi Campeão Paulista fazendo 22 gols.
Ficou pouco tempo no Verdão, transferindo -­‐ se para o Deportivo La Coruña.
Há pouco tempo Luizão disse que o melhor ataque que jogou, foi do Palmeiras.
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Oséas,
Era um lutador, oportunista, tinha um bom posicionamento dentro da årea, foi contratado a peso de ouro na época.
Teve dois momentos históricos no Verdão, o primeiro fazendo um gol quase sem ângulo, na final da Copa do Brasil contra o Cruzeiro, o Palmeiras precisava vencer por uma diferença por dois gols, e fez o gol do tītulo aos 44 minutos do segundo tempo.
E fez o segundo gol na final da Libertadores contra o Deportivo de Cali , levando para os pênaltis a decisão, e o Palmeiras conquistava seu primeiro título da copa mais importante das Américas.
Fez 65 gols pelo Verdão.

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Edmundo,
Não era um centroavante, mas não podia estar fora desta lista.
Seu desafeto na Itália quando jogou na Fiorentina, o técnico Trapattoni, disse em uma entrevista, anos após Edmundo voltar ao Brasil.
“Se ele tivesse a cabeça boa, seria um dos melhores atacantes da história do futebol.”
O “Animal” , apelido dado por Osmar Santos, foi um craque.
No Palmeiras ganhou títulos, fez gols, assistências, tinha uma qualidade técnica fora do comum, tinha o raciocínio rápido, fintava com facilidade, era um jogador que vivia intensamente o jogo.
Seu grande adversário foi seu temperamento explosivo.
Reconhece que o grande erro de sua carreira foi ter saído do Palmeiras, onde era ídolo e se sentia em casa.
Depois da virada do Verdāo em cima do Flu, da pizza do belo vinho que degustamos, e de recordarmos de todos estes jogadores, que deram grandes alegrias para a “Nação Palmeirense”, só me restava voltar para casa, escrever este artigo para vocês;
E imaginar:
“Quem será o próximo camisa 9 do Verdão?”
Anddy Cappo.

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4 Comentário

  1. Muito criativa está coluna, fala do momento com história
    Parabéns
    Responder
  2. Top.
    Sua coluna é muito boa,
    Saudades d3 um centro avante de verdade.
    Responder
    • Obrigado,
      Faz tempo mesmo que nAo temos um centroavante nem no Verdão e nem na Seleção!
      Responder

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