CADÊ O NÚMERO 9?
Alguns dias atrás estava sentado num parque, e fiquei observando um grupo de meninos jogando futebol, e de repente, veio em minha cabeça a lembrança de quando eu era criança, na cidade de São Paulo, morava no bairro do Bom Retiro.
No mínimo três vezes por semana, reuníamos com amigos da rua e da escola,mas antes do encontro com os amigos, minha māe sempre dava o sermão titular, sobre o horário que devia voltar para casa, ainda antes ela checava minhas tarefas escolares, e se havia feito de forma caprichosa, senão, faria tudo de novo, e assim corria o risco de não ir para o Parque da Luz, e ninguém queria perder este compromisso “importantíssimo”, que era jogar futebol. Quando íamos formar os times, tirávamos sempre “par ou ímpar”, e os menos dotados tecnicamente eram sempre os últimos a serem escolhidos e tinham um destino certo, seriam goleiros. Quando a bola rolava, todos tinham a mesma ânsia de cumprir o grande objetivo do jogo de futebol, que é a busca do gol, e na maioria dos jogos o que mais se escutava era a frase _____ “passa a bola fominha”! Jogávamos com alegria e seriedade, pois para nós, cada jogo era muito importante.
Antes dos jogos (antes porque os perdedores, voltavam para suas respectivas casas com a cabeça inchada e não tinha mais papo), falávamos sobre os times que torcíamos, e sobre os craques da época , o que sempre gerava uma calorosa discussão, para ver quem era o melhor. É lógico, que cada um puxava sardinha para o time que torcia, só Pelé tinha unanimidade. O Corinthians tinha Rivelino,o Palmeiras Ademir da Guia, o São Paulo tinha Gérson e logo assumiu o papel de craque Pedro Rocha , Dirceu Lopes era do Cruzeiro e tantos outros. Era difícil, saber quem era realmente o melhor.
A outra fervorosa discussão, era sobre outra posição de suma importância para os times, o camisa 9.
Voltando para 2015 comecei pensar, e fiz uma pergunta para mim mesmo: “Cadê o numero 9″?. Faz tempo que não temos, um grande centroavante que honra as tradições do nosso futebol. O Brasil sempre foi um grande celeiro de centroavantes!
Aqueles que faziam a alegria das torcidas, que deixavam os zagueiros em apuros , os goleiros sem rumo, que faziam os treinadores e torcidas adversárias perderem o sono. Tivemos craques e trombadores, elegantes e raçudos, alguns até caneleiras, uns eram mais de área e outros não, mas todos resolviam.
Nas décadas entre 50 a 90 não faltavam os goleadores para o futebol brasileiro
Quem não se lembra ou já ouviu falar destes que vestiam a 9, e os clubes que mais se destacaram:
No mínimo três vezes por semana, reuníamos com amigos da rua e da escola,mas antes do encontro com os amigos, minha māe sempre dava o sermão titular, sobre o horário que devia voltar para casa, ainda antes ela checava minhas tarefas escolares, e se havia feito de forma caprichosa, senão, faria tudo de novo, e assim corria o risco de não ir para o Parque da Luz, e ninguém queria perder este compromisso “importantíssimo”, que era jogar futebol. Quando íamos formar os times, tirávamos sempre “par ou ímpar”, e os menos dotados tecnicamente eram sempre os últimos a serem escolhidos e tinham um destino certo, seriam goleiros. Quando a bola rolava, todos tinham a mesma ânsia de cumprir o grande objetivo do jogo de futebol, que é a busca do gol, e na maioria dos jogos o que mais se escutava era a frase _____ “passa a bola fominha”! Jogávamos com alegria e seriedade, pois para nós, cada jogo era muito importante.
Antes dos jogos (antes porque os perdedores, voltavam para suas respectivas casas com a cabeça inchada e não tinha mais papo), falávamos sobre os times que torcíamos, e sobre os craques da época , o que sempre gerava uma calorosa discussão, para ver quem era o melhor. É lógico, que cada um puxava sardinha para o time que torcia, só Pelé tinha unanimidade. O Corinthians tinha Rivelino,o Palmeiras Ademir da Guia, o São Paulo tinha Gérson e logo assumiu o papel de craque Pedro Rocha , Dirceu Lopes era do Cruzeiro e tantos outros. Era difícil, saber quem era realmente o melhor.
A outra fervorosa discussão, era sobre outra posição de suma importância para os times, o camisa 9.
Voltando para 2015 comecei pensar, e fiz uma pergunta para mim mesmo: “Cadê o numero 9″?. Faz tempo que não temos, um grande centroavante que honra as tradições do nosso futebol. O Brasil sempre foi um grande celeiro de centroavantes!
Aqueles que faziam a alegria das torcidas, que deixavam os zagueiros em apuros , os goleiros sem rumo, que faziam os treinadores e torcidas adversárias perderem o sono. Tivemos craques e trombadores, elegantes e raçudos, alguns até caneleiras, uns eram mais de área e outros não, mas todos resolviam.
Nas décadas entre 50 a 90 não faltavam os goleadores para o futebol brasileiro
Quem não se lembra ou já ouviu falar destes que vestiam a 9, e os clubes que mais se destacaram:
Baltazar – Corinthians
Ademir de Menezes – Sport e Vasco
Pagão – Santos
Vavá – Vasco, Atlético de Madrid,
Coutinho – Santos
Toninho Guerreiro – Noroeste – Santos – São Paulo.
Flávio – Corinthians, Fluminense, Internacional
Roberto Miranda – Botafogo – Flamengo – Corinthians –
César Maluco – Palmeiras
Dadá Maravilha – Atlético Mineiro, Internacional..
Roberto Dinamite(jogava com a 10 mas era um 9) – Vasco- Portuguesa.
Geraldão – Botafogo Rib.Preto, Corinthians.
Juary – Santos, Internazionale, Porto
Cláudio Adão – Santos, Fluminense, Cruzeiro.
Reinaldo – Atlético MG (uma pena que teve tantos problemas físicos), para mim um dos melhores que vi jogar.
Nunes – Santa Cruz – Flamengo
Serginho Chulapa – São Paulo – Santos
Careca – Guarani, São Paulo, Napoli
Casagrande – Corinthians – Torino
Romário – Vasco, PSV, Barcelona,
Evair – Guarani – Palmeiras – Vasco.
Viola – Corinthians – Valência – Vasco –
Ronaldo Fenômeno – Cruzeiro – PSV – Barcelona – Internazionale – Real Madrid –
Milan – Corinthians.
Milan – Corinthians.
Jardel – Vasco – Grêmio – Porto
Luizão – Guarani – Palmeiras – Deportivo La Coruña – Vasco – Corinthians – São Paulo.
Há muitos outros que não citei.
Depois vieram, Adriano “Imperatore ” que tinha tudo para dar certo, era potente, boa técnica e goleador, porém, por problemas extra campo acabou cedo para o futebol.
Após Ronaldo,apostava as fichas em Adriano…
Pato surgiu como um fenômeno no Inter e se apagou…
Luís Fabiano um bom jogador, porém já não é o mesmo tipo de 9 de outrora…
Fred sempre foi artilheiro por onde passou, ídolo do Fluminense, fez uma ótima Copa das Confederações em 2013, e uma decepção no Mundial de 2014…
Leandro Damião começou bem no Inter, caiu seu rendimento, e teve passagem apagada no Santos, vamos ver agora no Cruzeiro, parece que está melhorando…
E o preferido de Dunga, tem boa técnica mas é o irregular Diego Tardelli.
Muitos afirmam que o futebol mudou, e que alguns deixaram de utilizar o número 9, por questões táticas.
Mas não será porque temos poucos no nosso futebol atual? O que aconteceu?
Na Copa do Mundo de 2014, todos diziam que a força do Brasil estava no setor defensivo, para ser mais preciso, no miolo da zaga, e até concordo, refletia, e me perguntava, mas o futebol brasileiro mudou tanto assim?
Jamais imaginaria que a identidade do nosso futebol iria mudar desta maneira.
E me pergunto.
1 – Hoje qual grande clube europeu,
tem um brasileiro como centroavante?
2- O melhor 9 que joga no Brasil é brasiliero?
E comparando com os centroavantes que estão em plena atividade na Europa, confirma que não temos mais, “o camisa 9″, com o nível de um Ibrahimovic, Levandowisk, Suárez, Benzema, Rooney (hoje joga um pouco mais recuado), Falcão Garcia, Higuain, Jackson, Moratta, Van der Persie, Alexis Sanches.
O problema da falta de jogadores de grande nível, inicia frequentemente nas categorias de base dos clubes brasileiros. Os treinamentos implementados por muitos técnicos, tiram a liberdade dos jovens jogadores, impedindo a criatividade e a improvisação.
Sabemos que houve uma evolução tática e física do futebol, porém a carga de trabalho destas habilidades estão saturando-os mentalmente e fisicamente, desrespeitando o desenvolvimento natural das crianças e jovens que tentam oportunidade no futebol, e muitas vezes até ignorando a fisiologia e destreza deles.
O principal trabalho e de importância vital para a evolução dos talentos é a parte técnica, trabalho de repetição tanto para correção quanto para o crescimento do potencial de cada um, e criar situações para desenvolver a criatividade e a improvisação.
Quantos jogadores chegam ao time principal portando inúmeros defeitos técnicos primários?
Quantos bons técnicos e coordenadores, estão fora de um clube? Sem oportunidade de trabalho, por não ter empresários com boa influência, ou por não estarem em panelas que dirigentes formam?
Ou como se diz no futebol, não fazem parte do esquema.
E os profissionais que são bons e estão dentro dos clubes, não tem incentivo nenhum para realizarem intercâmbios, estudar e ficam sem poder se reciclar.
E muitos trabalham com o principal objetivo de indicar novos talentos para empresários, e aí os jogadores começam a ser super valorizados ainda com pouquíssima idade, colocam enorme responsabilidade na cabeça de um garoto, que o mesmo tem que dar retorno financeiro rapidamente, tanto para os empresários que os tratam como objeto, e os muitos dirigentes que corroboram com eles,faz parte do esquema.
Outro fator de pressão são os próprios familiares, que criam uma ansiedade no jovem, onde ele é a única salvação para melhorar a situação financeira da família, e por incrível que pareça, tem pais que se locupletam as custas do bem estar do próprio filho.
E com todos esses problemas, o surgimento de grandes talentos cada vez ficam mais escassos.
Uma pesquisa realizada em 2014 na Universidade do Porto, mostra que a cada década o número de craques revelados no Brasil cai vertiginosamente. E nos últimos 5 anos países como, Espanha, Argentina Holanda e França revelaram mais jogadores importantes para o futebol mundial que o Brasil.
Não é só o número 9 que está em falta, os meias de talento desapareceram.
A incompetência, a ganância e os despreparo de grande parte dos dirigentes de clubes e federações levaram o nosso futebol para a decadência técnica e financeira.
E a cada dia são descobertos novos escândalos envolvendo nosso futebol.
Deixo dois links abaixo que mostram os absurdos.
A cada dia fico mais indignado com o que estão fazendo com o nosso futebol.
Depois vieram, Adriano “Imperatore ” que tinha tudo para dar certo, era potente, boa técnica e goleador, porém, por problemas extra campo acabou cedo para o futebol.
Após Ronaldo,apostava as fichas em Adriano…
Pato surgiu como um fenômeno no Inter e se apagou…
Luís Fabiano um bom jogador, porém já não é o mesmo tipo de 9 de outrora…
Fred sempre foi artilheiro por onde passou, ídolo do Fluminense, fez uma ótima Copa das Confederações em 2013, e uma decepção no Mundial de 2014…
Leandro Damião começou bem no Inter, caiu seu rendimento, e teve passagem apagada no Santos, vamos ver agora no Cruzeiro, parece que está melhorando…
E o preferido de Dunga, tem boa técnica mas é o irregular Diego Tardelli.
Muitos afirmam que o futebol mudou, e que alguns deixaram de utilizar o número 9, por questões táticas.
Mas não será porque temos poucos no nosso futebol atual? O que aconteceu?
Na Copa do Mundo de 2014, todos diziam que a força do Brasil estava no setor defensivo, para ser mais preciso, no miolo da zaga, e até concordo, refletia, e me perguntava, mas o futebol brasileiro mudou tanto assim?
Jamais imaginaria que a identidade do nosso futebol iria mudar desta maneira.
E me pergunto.
1 – Hoje qual grande clube europeu,
tem um brasileiro como centroavante?
2- O melhor 9 que joga no Brasil é brasiliero?
E comparando com os centroavantes que estão em plena atividade na Europa, confirma que não temos mais, “o camisa 9″, com o nível de um Ibrahimovic, Levandowisk, Suárez, Benzema, Rooney (hoje joga um pouco mais recuado), Falcão Garcia, Higuain, Jackson, Moratta, Van der Persie, Alexis Sanches.
O problema da falta de jogadores de grande nível, inicia frequentemente nas categorias de base dos clubes brasileiros. Os treinamentos implementados por muitos técnicos, tiram a liberdade dos jovens jogadores, impedindo a criatividade e a improvisação.
Sabemos que houve uma evolução tática e física do futebol, porém a carga de trabalho destas habilidades estão saturando-os mentalmente e fisicamente, desrespeitando o desenvolvimento natural das crianças e jovens que tentam oportunidade no futebol, e muitas vezes até ignorando a fisiologia e destreza deles.
O principal trabalho e de importância vital para a evolução dos talentos é a parte técnica, trabalho de repetição tanto para correção quanto para o crescimento do potencial de cada um, e criar situações para desenvolver a criatividade e a improvisação.
Quantos jogadores chegam ao time principal portando inúmeros defeitos técnicos primários?
Quantos bons técnicos e coordenadores, estão fora de um clube? Sem oportunidade de trabalho, por não ter empresários com boa influência, ou por não estarem em panelas que dirigentes formam?
Ou como se diz no futebol, não fazem parte do esquema.
E os profissionais que são bons e estão dentro dos clubes, não tem incentivo nenhum para realizarem intercâmbios, estudar e ficam sem poder se reciclar.
E muitos trabalham com o principal objetivo de indicar novos talentos para empresários, e aí os jogadores começam a ser super valorizados ainda com pouquíssima idade, colocam enorme responsabilidade na cabeça de um garoto, que o mesmo tem que dar retorno financeiro rapidamente, tanto para os empresários que os tratam como objeto, e os muitos dirigentes que corroboram com eles,faz parte do esquema.
Outro fator de pressão são os próprios familiares, que criam uma ansiedade no jovem, onde ele é a única salvação para melhorar a situação financeira da família, e por incrível que pareça, tem pais que se locupletam as custas do bem estar do próprio filho.
E com todos esses problemas, o surgimento de grandes talentos cada vez ficam mais escassos.
Uma pesquisa realizada em 2014 na Universidade do Porto, mostra que a cada década o número de craques revelados no Brasil cai vertiginosamente. E nos últimos 5 anos países como, Espanha, Argentina Holanda e França revelaram mais jogadores importantes para o futebol mundial que o Brasil.
Não é só o número 9 que está em falta, os meias de talento desapareceram.
A incompetência, a ganância e os despreparo de grande parte dos dirigentes de clubes e federações levaram o nosso futebol para a decadência técnica e financeira.
E a cada dia são descobertos novos escândalos envolvendo nosso futebol.
Deixo dois links abaixo que mostram os absurdos.
A cada dia fico mais indignado com o que estão fazendo com o nosso futebol.
Anddy Capoo
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